A fisioterapeuta Marcia Maria Calefi mostra a bolinha de massagem, um recurso que pode parecer inofensivo, mas que exige cuidado e orientação profissional no tratamento de pacientes com sequelas de AVC
Iporã
Da Redação
Embora muita gente acredite que a bolinha de massagem possa ser usada para aliviar dores na coluna, fortalecer as mãos, relaxar a planta dos pés e auxiliar na recuperação de quem sofreu um derrame, a verdade é que seu uso indiscriminado exige muito mais cautela do que parece.
A fisioterapeuta Marcia Maria Calefi alerta que esse recurso, quando mal utilizado em pacientes com sequelas de Acidente Vascular Cerebral, pode causar mais danos do que benefícios. Ela explica que o problema não está exatamente na bolinha, mas no momento e na forma como ela é empregada.
Durante a reabilitação do AVC, o paciente passa por fases distintas. Inicialmente, ocorre uma fase flácida, em que um lado do corpo perde força e controle motor. Com o tempo e o tratamento, os movimentos começam a retornar, e é nesse estágio que os cuidados devem ser redobrados.
É comum que pacientes ou familiares, sem orientação, recorram à bolinha para fortalecer a mão. No entanto, esse estímulo pode desencadear o chamado padrão flexor, marcado por espasticidade, que é a contração involuntária e contínua da musculatura causada por lesões neurológicas. A rigidez se instala e dificulta os movimentos.
Quando a espasticidade é intensificada pelo uso inadequado da bolinha, que acaba funcionando como um material de resistência e exige esforço repetitivo dos músculos, pode se tornar irreversível. Os músculos do braço, antebraço, mão e dedos enrijecem de tal forma que o paciente perde a capacidade de esticar o cotovelo, o punho e os dedos, mantendo-os permanentemente dobrados. Esse é o padrão patológico que se busca evitar com uma conduta terapêutica adequada.
Recursos que parecem, à primeira vista, simples como a bolinha devem ser aplicados somente com orientação profissional. A reabilitação neurológica exige acompanhamento fisioterapêutico, movimentos orientados e estratégias seguras que garantam progresso sem comprometer as conquistas do tratamento.
Resumen en español:
Aunque muchos creen que la pelotita de masaje ayuda a aliviar dolores o fortalecer las manos, su uso sin orientación puede empeorar las secuelas de un derrame cerebral. La fisioterapeuta Marcia Calefi advierte que puede causar rigidez muscular irreversible. En vez de ayudar, refuerza el patrón flexor, que deja la mano cerrada y sin movimiento. Por eso, su uso debe ser siempre guiado por un profesional.